livro didático e literatura: aula

O livro didático analisado inicia a unidade de poesia com o romantismo brasileiro. Em
sua introdução, nos é apresentado uma pequena analogia com um quadro de Johann
Moritz Rugendas e algumas questões para reflexão diante da imagem apresentada e o
contexto histórico datado. Logo em seguida, são apresentados tópicos que explicam
desde a história do romantismo brasileiro, seus aspectos e características até suas
vertentes. Essa abordagem é feita em forma de textos descritivos. Ao entrar em suas
vertentes, o livro nos entrega um pequeno resumo do contexto social, autores com
maior importância e poemas mais conhecidos, tendo esses uma pequena explicação
sobre o eu-lírico e a mensagem que o mesmo se propõe a passar.

Terminada a parte introdutória e instrutiva, o livro avança para a parte de exercícios.
Neles, o foco é a interpretação e a escanção. 
Levando em consideração a dificuldade que encontramos em sala de aula quando o
assunto é poesia – esta, devido ao grande foco em vestibulares, o que faz com que o
professor siga uma linha de memorização viciada de leitura e interpretação, sendo
essas duas últimas outras grandes dificuldades em relação aos alunos que em sua
grande maioria não possuem o costume de análise e produção textual –, o livro
didático acaba não sendo tão eficaz quanto o esperado.

A metodologia introdutória, como a analogia com a pintura, foi um grande acerto dos
autores se considerarmos a falta de conhecimento prévio de poesia que estamos
encarando. O fato é que a poesia é um dos assuntos tratados em sala de aula que
mais está de fora no dia-a-dia dos estudantes, e ao apresentarmos materiais mais
palpáveis e de maior aproximação diária dos alunos, em primeiro plano, aprimoramos
uma visão mais crítica de interpretação e assimilação do que será passado.
O livro falha, contudo, ao ignorar o ponto anterior e partir aceleradamente para o
problema apresentado, a interpretação, deixando o professor a sua própria sorte para
resolvê-lo.

Trabalhar com exercícios, em um primeiro momento, que estimulem a imaginação e a
criatividade dos alunos e buscando uma aproximação dos poemas clássicos com
assuntos atuais seria uma grande saída e assertiva tanto para aos professores quanto
para os alunos, levando também em consideração a nova geração que engloba
sentidos e emoções objetivas e materiais e o novo meio de ensino, este último que
deixou de ser apenas giz, lousa e um livro de 800 páginas.

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